A deputada Maria do Rosário recebe seu laço |
Com o ato Dezembro Vermelho, a Frente
Parlamentar Mista de Enfrentamento às DST/AIDS do Congresso Nacional encerrou,
nesta terça-feira (3), as atividades na atual legislatura. O ato, realizado no
hall da Taquigrafia no Anexo II da Câmara dos Deputados, reuniu ativistas e
deputados dispostos a compor a Frente na próxima legislatura.
Durante o ato, cinco ativistas
vinculados ao Projeto Advocacy em Saúde (PAS) abordaram parlamentares que por
ali passavam, entregando-lhes uma carta sobre a situação da epidemia de AIDS no
Brasil e, aos que permitiam, lhes era preso um laço vermelho (símbolo de
solidariedade às pessoas com HIV).
Pela manhã, uma reunião coordenada pela
presidente da frente, deputada Erika Kokay (PT-DF), reuniu na sala da mesa
diretora cerca de 20 pessoas, entre ativistas, assessores técnicos do
Ministério da Saúde, e a coordenadora do UNAIDS no Brasil, Georgiana
Braga-Orillard. Na reunião, a presidente da Frente Parlamentar fez um balanço
dos avanços e dos principais obstáculos que os dificultaram. Um desses foi a
'tomada' da Comissão de Direitos Humanos e Minorias por parlamentares
fundamentalistas.
Para a próxima legislatura, que será iniciada
em 1 de fevereiro, com a posse dos parlamentares eleitos no primeiro turno das
eleições deste ano, a expectativa não é menos desfavorável, muito pelo
contrário. Com quase 50% do próximo plenário dominado pela bancada ruralista e
pela bancada da bala - a favor do rearmamento da população para coibir a
violência -, a expectativa é que as dificuldades se multipliquem.
Reunião da Frente Parlamentar define agenda para 2015 |
Para tentar prevenir danos, a
estratégia da Frente para 2015 foi traçada e fundamentada em três pontos de
trabalho: a laicidade do Estado, o Projeto de Lei sobre patentes, especificamente
no que se refere à patente de segunda linha para medicamentos, e a ratificação,
pelo Congresso Nacional, da Recomendação 200, da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que prega um mundo do trabalho sem preconceito e discriminação
às pessoas com HIV.
Um quarto ponto, sobre a integralidade
da assistência às pessoas com HIV, deve ser ponto temático de uma audiência
pública, a ser convocada pela Frente na próxima legislatura. A Frente também
definiu que deve ser uma das primeiras a ser reestruturada, no começo de
fevereiro, quando devem ser visitados os gabinetes dos congressistas para
recolher as assinaturas para a reativação da Frente.
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